Nesta quinta-feira, 22 de abril, o Fotop fez sua primeira live no Instagram. A ideia é trazer um rosto a quem está por trás das fotos vendidas na plataforma. Desta vez, convidamos José Mário Dias, fotógrafo com experiência em automobilismo e parte da Equipe Fotop no Rally Dakar, o maior do mundo.

Zé, como é chamado por quem o conhece, contou sobre sua trajetória na fotografia profissional. Em 2007 começou na Copa Peugeot e passou por diversos grandes eventos desde então, como a Stock Car Brasil e o Rally dos Sertões. Há oito anos, fotografa o Dakar com o Fotop.

Foto: José Mario Dias

Geralmente na América do Sul, este ano o campeonato aconteceu na Arábia Saudita. O Fotop tem uma das equipes oficiais de cobertura e a preparação começa dois meses antes, para que todos os documentos sejam acertados e o contato com os competidores seja feito, para que eles saibam da venda das fotos.

Chegando lá, o Fotop ofereceu dois carros à equipe. Zé Mário não foi um dos responsáveis por buscá-los, mas lembra bem do dia em que atracaram no porto. “Um carro chegou sem bateria, e tiveram que comprar uma”, conta. Um dos fotógrafos da equipe, que assistia a live, lembra pelos comentários que o porto estava longe do acampamento e levou um dia para que conseguissem retirar o veículo. Parte dos perrengues do rally, diria o Zé.

Foto: José Mario Dias

Um dos espectadores perguntou: e como saber em que ponto os competidores vão passar? “A equipe recebe uma planilha, chamada de road handbook”, responde. Nela constam os horários de saída dos competidores, quando o sol nasce e se põe, e o percurso do rally. “É aí que entra a experiência do fotógrafo, de ler o que tem ali e entender o nível de dificuldade.” Com isso, podem saber como os competidores reagirão a curvas, saltos e deslizes.

Zé mostra o road handbook durante a live

Sobre o equipamento, Zé contou que inclui duas ou três câmeras, podendo ser Nikon ou Canon, a depender do fotógrafo. Ele tem uma Nikon d5, uma d500 e uma d750, e gosta principalmente das lentes 70×200 e 200×500, além da 24×70.

Para tratar as fotos, a equipe usa os poucos momentos livres que têm. Durante o trajeto, quem não está dirigindo dá conta disso, enquanto o motorista precisa usar os minutos durante as refeições, por exemplo. É importante também já selecionar as fotos enquanto elas são clicadas. Ao final do dia, pelo menos uma de cada competidor — são cerca de 350 — precisa ser enviada, já tratada. No servidor em São Paulo, elas são renomeadas e armazenadas.

Foto: José Mario Dias

Zé costuma definir o Rally como um teste de resiliência. “Porque todo dia você tem que tomar decisões rápidas, seja o ponto de foto, seja a hora que você vai dormir, seja se você vai fazer alguma coisa antes do fim do dia ou não.” Mas, definitivamente, o esforço vale a pena: “O Dakar é minha grande paixão, não tem como não ser”, contou o fotógrafo.

Por Mariah Lollato